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Justiça torna ex-prefeitos de Ipu Robério e Sérgio Rufino inelegíveis por abuso de poder

Tio e sobrinho não poderão concorrer a cargos públicos até 2032

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues Fonte: O POVO
22/12/2025 às 22h59
Justiça torna ex-prefeitos de Ipu Robério e Sérgio Rufino inelegíveis por abuso de poder
Foto: Reprodução

A Justiça Eleitoral condenou à inelegibilidade dois ex-prefeitos de Ipu, após processo por abuso de poder político nas eleições de 2024. Robério Wagner Martins Moreira e seu tio Carlos Sérgio Rufino Moreira não poderão concorrer a cargos públicos até 2032.

Robério foi prefeito de Ipu entre 2021 e 2024, enquanto Sérgio esteve à frente da gestão municipal de 2013 a 2020, e é considerado uma liderança política da região. Em 2024, Robério não pleiteou a reeleição, apoiando a candidatura do tio. Quando foram eleitos, ambos eram filiados ao PC do B, mas, em 2024, tanto Robério quanto Sérgio haviam migrado para o PSB.

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Também foram condenadas à inelegibilidade, no mesmo processo, Albertina Silva Ribeiro Oliveira e Terezinha Rufino Moreira Mororó. Albertina, conhecida na cidade como Betina, foi candidata a vice na chapa de Sérgio, enquanto Terezinha é irmã do ex-prefeito e ex-candidato, e foi secretária da Educação de Ipu durante o mandato de Robério.

Segundo decisão da juíza Edwiges Coelho Girão, os condenados fizeram uso da máquina pública, de diversas formas, para favorecer a campanha de Sérgio em 2024.

O processo surgiu a partir de uma série de representações feitas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) após denúncias de irregularidades na campanha à Prefeitura de Ipu. Os atos incluíram a presença de Sérgio, já como candidato apoiado pelo sobrinho, em eventos oficiais da Prefeitura, inclusive discursando e entregando brindes em nome da gestão municipal.

Também foi verificado o favorecimento de simpatizantes da campanha de Sérgio na concessão de boxes comerciais após reforma do Mercado Municipal de Ipu. Outra irregularidade apurada foi a exoneração, após demonstrarem apoio à candidatura adversária, de servidoras com cargos comissionados na Secretaria da Educação, comandada por Terezinha.

Houve, ainda, flagrante de um secretário da gestão municipal participando de eventos de campanha durante o horário de expediente e a suspensão do fornecimento, pela Prefeitura, de água potável em carro-pipa, a um apoiador da candidatura adversária à de Sérgio. Por fim, foram realizadas publicações institucionais da Prefeitura, de órgãos públicos municipais, e nas redes sociais do próprio candidato, associando Sérgio Rufino à execução de obras entregues na gestão de Robério.

O advogado Fernandes Neto, que representa os condenados, afirmou confiar na Justiça, pontuando que apresentará recurso e que "não há efeito imediato das consequências da decisão".