
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, na noite desta quarta-feira (24), um pronunciamento de Natal em rede nacional de rádio e televisão no qual avaliou 2025 como “um ano difícil, com muitos desafios”, mas marcado por vitórias do povo brasileiro. Em uma fala de cerca de seis minutos, Lula afirmou que o país encerra o ano mais forte, apesar das adversidades, destacando que “todos que torceram ou jogaram contra o Brasil acabaram perdendo”.
Logo na abertura do discurso, o presidente adotou um tom de balanço e celebração. “Vencemos mais um ano”, disse, ao afirmar que o período foi histórico para o país. Segundo Lula, o grande vencedor de 2025 foi o povo brasileiro, que, de acordo com ele, colheu resultados concretos de políticas sociais e econômicas implementadas ao longo do ano.
Um dos principais pontos destacados foi a saída do Brasil do mapa da fome. Lula lembrou que o país havia deixado essa condição em 2014, mas voltou a ela nos anos seguintes, chegando a ter 33 milhões de pessoas sem acesso adequado à alimentação. “Estar neste mapa significa que muita gente no país não tem o que comer”, afirmou, ao atribuir a reversão do cenário à retomada do Bolsa Família, ao apoio à agricultura familiar e à valorização do salário mínimo.
Na área econômica, o presidente ressaltou o fim do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, medida que, segundo ele, trará alívio imediato para milhões de famílias. “A partir de janeiro, milhões de famílias terão dinheiro extra todos os meses”, disse Lula, acrescentando que a iniciativa deve aquecer a economia e beneficiar todo o país.
Lula também enfatizou políticas voltadas às famílias, citando programas como o Agora Tem Especialistas, que busca reduzir filas no Sistema Único de Saúde, e o Pé-de-Meia, voltado à permanência de jovens na escola. Medidas como o Gás do Povo e o Luz do Povo foram apresentadas como formas de aliviar o orçamento das famílias mais pobres. “Não é justo que cozinhar e ver televisão comprometa o orçamento”, afirmou.
No campo da infraestrutura e da habitação, o presidente destacou a retomada do Minha Casa Minha Vida, a criação do Reforma Casa Brasil e o avanço da transposição do Rio São Francisco. Segundo Lula, obras do novo PAC estão espalhadas por todos os estados, gerando emprego e desenvolvimento. Ele afirmou que o país encerra o ano com a menor taxa de desemprego da história, recordes de empregos formais e a maior renda média já registrada.
O presidente também abordou o combate ao crime organizado e à violência. De acordo com ele, a Polícia Federal realizou, em 2025, a maior operação já feita contra facções criminosas. “Nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante”, declarou. Lula ainda fez um apelo contra a violência de gênero, afirmando que vai liderar um esforço nacional para enfrentar o problema.
Na política externa, Lula afirmou que o Brasil voltou a ser respeitado internacionalmente, citando o recorde de 9 milhões de turistas estrangeiros e a realização da COP30 em Belém, no Pará. Para ele, o evento consolidou o país como liderança global na agenda climática. O presidente também mencionou o enfrentamento do chamado “Tarifaço”, afirmando que o governo apostou no diálogo e ampliou mercados para produtos brasileiros.
Ao falar sobre direitos trabalhistas, Lula defendeu o fim da escala de trabalho seis por um, sem redução salarial. “Não é justo que uma pessoa trabalhe seis dias e tenha apenas um para descansar”, disse, classificando a pauta como uma demanda legítima da população que deve ser debatida pelo Congresso.
Encerrando o pronunciamento, o presidente adotou um tom emocional e otimista, reforçando a mensagem de união e esperança. “Vocês venceram e vão continuar vencendo”, afirmou, ao desejar um Feliz Natal e um Ano Novo de paz, prosperidade e novas conquistas a todas as famílias brasileiras.