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Máquinas de cartões na mira do governo

Máquinas de cartões na mira do governo

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
29/10/2012 às 09h54 Atualizada em 29/10/2012 às 09h54
O governo já escolheu um novo alvo na guerra pela redução dos custos financeiros da economia. O ataque agora será sobre as taxas de administração das máquinas de cartões de crédito e débito. Depois dos juros e das tarifas bancárias, a equipe econômica focou nesse mercado que cobra, em média, 4% do valor de cada operação nos cartões de crédito e de 6% nos vales refeições. A presidente Dilma Rousseff pediu ao Ministério da Fazenda e ao Banco Central (BC) estudo para reduzir as taxas.Dominado hoje pelas empresas Cielo (ex-Visanet) e Redecard, que representam 90% das maquinetas do comércio, o mercado trabalha com três taxas: de administração (ou desconto), que incide sobre cada operação realizada com cartões entre clientes e lojistas; de aluguel, pela posse de cada máquina; e de exclusividade.Na última quinta-feira, em congresso realizado em São Paulo, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, deixou claro o incômodo do governo com a persistência do mercado em trabalhar com exclusividade em algumas bandeiras de cartões. Mendes defendeu que o movimento iniciado pelo BC em 2010 caminhe para o "fim das exclusividades que ainda existem". Hoje a Cielo é exclusiva do American Express (Amex) e do Elo, além dos vales refeição Alelo e do Visa Vale. Já a Redecard é a única que aceita Sodexo, Ticket Refeição e Hipercard.Para o diretor do BC, "ainda existem cláusulas de uso exclusivo de equipamentos para captura de algumas bandeiras e de vouchers alimentação, prática que o BC gostaria de ver reduzida, senão extinta em curto espaço de tempo".Em carta endereçada à presidente Dilma Rousseff e entregue pessoalmente à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a que o Estado teve acesso, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, ataca a exclusividade: "Para que um restaurante possa receber todos estes meios de pagamentos, ele tem de trabalhar com várias maquinetas e se submeter às extorsivas taxas que a ausência de competição permite", afirmou, ao comentar as taxas médias de 4% e 6% cobradas pelas empresas para cartões de crédito e vales refeições, respectivamente.

DN