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Dinamarca será o primeiro país a taxar arroto e 'pum' no gado

A partir de 2030, as emissões de metano causadas pela flatulência de bovinos e suínos dinamarqueses serão tributadas em 300 coroas (R$ 239).

10/07/2024 às 14h08
Por: Raflézia Sousa Fonte: G1
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Ministério da agricultura
Ministério da agricultura

A Dinamarca será o primeiro país do mundo a colocar imposto sobre o arroto e o pum do gado, que emitem o segundo gás com efeito estufa mais presente na atmosfera: o metano, que tem a sigla de CH4. É uma medida inusitada do país, que pretende atingir seu objetivo de neutralizar as emissões de poluentes até 2045.

A partir de 2030, as emissões de metano causadas pela flatulência de bovinos e suínos dinamarqueses serão tributadas em 300 coroas (R$ 239 na cotação atual) por tonelada equivalente de CO2. O valor aumentará para 750 coroas (cerca de R$ 554) em 2035, no âmbito de um acordo alcançado em junho entre o governo, parte da oposição e representantes dos pecuaristas, da indústria e dos sindicatos.

O Parlamento do país escandinavo, que se apresenta como um dos mais virtuosos em questões climáticas, ainda deverá aprovar o texto. Para Christian Fromberg, especialista em agricultura do Greenpeace, o texto "traz esperança, enquanto muitos países retrocedem em suas ações climáticas".

"A taxa de carbono deveria ser mais elevada e ter sido aplicada antes, mas é um passo importante", comemorou. Ao mesmo tempo, lamenta uma "grande oportunidade perdida" para que "a agricultura dinamarquesa tome um novo rumo", já que suas práticas ainda são muito intensivas e liberam muito nitrogênio, responsável pela desoxigenação da água.

Sem oxigênio, a fauna e a flora marinhas desaparecem. Para a Associação Dinamarquesa para a Agricultura Sustentável, o acordo é "inútil". É "um dia triste para a agricultura", afirmou em nota.

Para reduzir as despesas dos agricultores dinamarqueses, o plano propõe uma redução de impostos de 60%. O custo real deverá ser de 120 coroas (cerca de R$ 97) por tonelada a partir de 2030, e de 44 coroas cinco anos mais tarde. No entanto, até 2.000 empregos poderão ser perdidos até 2035, segundo estimativas do Ministério da Economia.

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