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Estudo acha metais tóxicos em absorventes internos de marcas famosas

Entre os elementos encontrados, estão chumbo e arsênio

15/07/2024 às 14h31
Por: Josyvânia Monteiro Fonte: OUL
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, encontraram metais tóxicos em diversas marcas famosas de absorventes internos.O estudo, publicado na Environment International, detectou chumbo em todos os 30 tampões de 14 marcas testadas, algumas delas orgânicas.

Parte da amostra também exibia níveis preocupantes de arsênio e cádmio. Os achados se somam a um volume de evidências científicas cada vez mais robustas sobre a presença de substâncias perigosas em produtos de higiene íntima.

Os efeitos de metais pesados na saúde já são bem documentados pela ciência e incluem danos aos sistemas cardiovascular, nervoso e endócrino; ao fígado, rins e cérebro; bem como maior risco de desenvolver demência, câncer, diabetes e infertilidade, e de comprometer a saúde de gestantes e seus fetos.

Os autores do estudo argumentam que os absorventes internos podem ser fonte de exposição a substâncias químicas, incluindo metais, porque a mucosa no interior da vagina é mais permeável do que a pele humana.

Uma parcela significativa da população dos Estados Unidos utiliza esses produtos com frequência: entre 50% e 80% das pessoas que menstruam, na estimativa dos pesquisadores, podendo consumir até 7,4 mil absorventes internos ao longo de suas vidas. 

Principal autora do estudo, Jenni Shearston destaca que, apesar dos potenciais riscos à saúde pública, a presença de metais tóxicos em absorventes internos é um tema pouco pesquisado. "Até onde sabemos, esse é o primeiro estudo publicado a esse respeito", afirma.

A equipe liderada por Shearston avaliou a presença de 16 metais nas amostras: arsênio, bário, cálcio, cádmio, cobalto, cromo, cobre, ferro, manganês, mercúrio, níquel, chumbo, selênio, estrôncio, vanádio e zinco. Todos foram testados positivamente, mas chumbo, arsênio e cádmio estavam presentes em "quantidades elevadas".  Embora os cientistas não revelem os nomes das marcas testadas, eles afirmam que a amostra incluiu produtos listados como "campeões de venda" em um grande site varejista. Os produtos foram adquiridos tanto pela internet quanto em lojas físicas em Nova York, Londres e Atenas entre setembro de 2022 e março de 2023.

O grupo afirma não saber como os metais foram parar nos absorventes, mas especula que as matérias-primas possam ter sido contaminadas por agrotóxicos, pela água, ar ou solo, ou que alguns metais tenham sido adicionados intencionalmente durante o processo de fabricação para pigmentação e controle odores, ou ainda como agente antibacteriano. 

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