Gosto dos primeiros debates. As emoções ainda não estão a flor da pele e os candidatos conseguem ser o que são, sem muita maquiagem.
Não vou analisar aqui as falas e frases de efeito dos candidatos a prefeitura de Fortaleza, mas, o que vi no contexto da política macro da capital cearense.
Dos nove candidatos apenas sete participaram do primeiro debate promovido pela Band: André Fernandes (PL), Capitão Wagner (União Brasil), Eduardo Girão (Novo), Evandro Leitão (PT), George Lima (Solidariedade), José Sarto (PDT) e Técio Nunes (Psol).
George Lima foi o que teve melhor desempenho. Foi sincero, direto nas perguntas e objetivo nas respostas. Demarcou terreno em se mostrar antibolsonarista, até mais do que o próprio candidato de esquerda, Evandro Leitão.
André Fernandes adotou a linha de fugir das perguntas, até mesmo quando foi questionado por populares.
Wagner e Girão como defensores da ala conservadora mostraram que estão mais afinados. O que não ocorreu com André Fernandes da raiz da direita, sobretudo, em relação a Wagner, chegando a alfinetar o candidato do União Brasil ao perguntar para o prefeito Sarto, sobre lealdade, em referência direta a Capitão Wagner.
Com exceção de Sarto, todos se posicionaram contra a taxa do lixo, o que ficou claro para o prefeito de Fortaleza, que esse será o grande gargalo dessa campanha eleitoral para o gestor.
Wagner, Girão e André Fernandes insistiram na tese da “covardia” de Evandro por não assinar a CPI do Narcotráfico na Assembleia Legislativa do Ceará. Evandro por sua vez, mostrou-se mais firme nas palavras, defendeu o PT, justificou posicionamentos, mas, ainda não criou a identidade petista, inclusive, citando poucas vezes os padrinhos, Lula, Camilo e Elmano.
O prefeito Sarto não poupou os governos do PT. O candidato Técio Nunes tentou mostrar para o público que aqueles ataques não tirariam Fortaleza do atual quadro em que se encontra, cobrou mais propostas, mas, o debate seguiu com questionamentos sobre posicionamentos e ações dos principais candidatos.
Wagner não foi tão atacado, acabou ficando mais livre para apresentar propostas. Fernandes, Girão e Evandro, que brigam ali por uma vaga em um eventual segundo turno, procuraram apontar os pontos falhos de cada um que está nesta batalha direta por uma vaga em eventual segundo turno, para tentar se distanciar do concorrente nessa corrida eleitoral.
As narrativas giraram em torno de colar a imagem da violência e a falta de combate as facções ao governo do PT, carimbar o Sarto com a taxa do lixo e André Fernandes as atrocidades de Bolsonaro, como falta de vacinas e desrespeito com a população na hora da morte quando enfrentava a pandemia.
É cedo para prognósticos, mas, esse primeiro debate serve como parâmetro para os candidatos aprimorarem suas narrativas, a fim de chegar ao convencimento do eleitor.
O formato do debate agradou, que venham os próximos.