No dia 30 agosto de 2001, Silvio Santos ainda se recuperava do susto sofrido poucos dias antes. Dois dias antes, sua filha Patrícia, na época com 23 anos, foi libertada após passar uma semana em cativeiro.
Dois sequestradores da filha do apresentador foram presos menos de 24 horas após a libertação de Patrícia. Marcelo Batista Santos, à época com 27 anos, e Esdras Dutra Pinto, com 19. Ainda estavam sendo procurados Fernando Dutra Pinto, 22, irmão de Esdras, e uma namorada, conhecida como Jenifer.
O casal estaria com o dinheiro do resgate, cerca de 500 mil reais. Fernando chegou a ser encontrado em um hotel em Alphaville, mas fugiu após trocar tiros com policiais.
Horas depois, por volta das 7h do dia 30 de agosto, Fernando Dutra Pinto invadiu a casa do apresentador, no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, e iniciou um capítulo de terror na vida dos Abravanel.
A mulher, as filhas e os funcionários da casa conseguiram fugir após uma distração de Fernando. Mas Silvio Santos, então com 71 anos, acabou rendido dentro da mansão. Ele acabou sozinho com o sequestrador por quase 8 horas
A polícia cercou o local. Com o dono do SBT como refém, Fernando Dutra Pinto fez algumas exigências. Primeiro, disse que queria um helicóptero para fugir da casa. Depois, exigiu a presença de seu pai para se entregar e, mais tarde, avisou que só se renderia diante de Geraldo Alckmin.
O então governador chegou no local do crime pouco antes das 14h, e o bandido aceitou se entregar. Antes, tomou um banho e ganhou roupas limpas de Silvio Santos.
Os sequestradores foram condenados a penas de 15 até 19 anos de prisão, mas, antes mesmo de seu julgamento, em janeiro de 2002, Dutra morreu devido a uma infecção generalizada provocada por um ferimento nas costas que não tinha sido tratado devidamente. Os advogados dele processaram o Estado alegando que seu cliente tinha sido assassinado, mas isso não foi comprovado no inquérito aberto sobre o caso.