A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro após concluir que ele tinha conhecimento do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório com o resultado das investigações deve ser entregue ainda nesta quinta-feira (21/11) ao ministro Alexandre de Moraes.
Segundo o documento, também estão envolvidos no plano de “tentativa de golpe” os ex-ministros general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa), além do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ao todo, o relatório pede o indiciamento de 37 pessoas por crimes como organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático.
Assim que o relatório final for entregue ao Supremo Tribunal Federal, o documento seguirá para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se solicita novas investigações ou se dá prosseguimento ao julgamento.
O ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser julgado até junho de 2025 por tentativa de golpe de Estado.
Na última terça-feira (19), a Polícia Federal deflagrou a Operação Contragolpe, que prendeu o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro; o general da reserva Mario Fernandes; os majores do Exército Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo; o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima; e o policial federal Wladimir Matos Soares.
Os militares, integrantes das Forças Especiais do Exército, eram conhecidos como “kids pretos”. Segundo as investigações, o plano, chamado “Punhal Verde e Amarelo”, previa um ataque para o dia 15 de dezembro de 2022.