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Quase 70% da população acredita que governo pode taxar o Pix, aponta Quaest

Pesquisa ajuda a dimensionar a propagação da fake news e a desconfiança em relação ao tema

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues Fonte: O Globo
19/01/2025 às 11h23
Quase 70% da população acredita que governo pode taxar o Pix, aponta Quaest
Foto: Reprodução

A afirmação falsa difundida nas plataformas digitais de que uma portaria da Receita Federal, depois revogada pelo governo Lula, levaria à taxação de transações financeiras por Pix chegou à maior parte da população brasileira. Pesquisa Quaest divulgada na sexta-feira ajuda a dimensionar a propagação da fake news e a desconfiança em relação ao tema. Somam 67% os brasileiros que afirmaram acreditar que a gestão federal possa começar a cobrar imposto sobre modalidade de transferência e pagamento digital.

São apenas 17% os que disseram que o governo não vai fazer a taxação do Pix, enquanto 16% não souberam responder. O instituto ouviu 1.200 brasileiros presencialmente, em todas as regiões do país, entre os dias 15 e 17 de janeiro. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou menos.

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Ainda segundo a Quaest, enquanto 87% dos entrevistados afirmaram ter escutado que o governo cobraria o imposto, fake news compartilhada ao longo das últimas semanas pela oposição, um índice menor de brasileiros relatou saber que o Palácio do Planalto desmentiu que haveria a taxação do Pix — 68% tiveram acesso à informação, enquanto 31% não ficaram sabendo do desmentido.

A repercussão negativa da norma para ampliar a fiscalização, em meio à onde desinformação, levou o governo a suspendê-la. Segundo a Quaest, porém, apenas 55% dos entrevistados afirmaram que ficaram sabendo da decisão, contra 45% que não souberam da mudança. O Executivo pretende editar uma medida provisória (MP) para reforçar que não pode haver diferença no valor cobrado em Pix e em dinheiro, que está mantido o sigilo bancário dessa modalidade de transferência de recursos, e rechaçar a taxação do Pix.

O monitoramento da Quaest apontou também que houve mais de 22 milhões de menções ao tema nas redes no dia 15 de janeiro, quando houve um pico de menções após a publicação de um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), em que o parlamentar sugere que a população poderia vir a ser tributada. No total, mais de 5,5 milhões de perfis únicos entraram no debate naquele dia, o que impactou cerca de 152 milhões de contas, segundo o levantamento.