O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tomou posse nesta segunda-feira (11) com um discurso focado na redução do tempo de espera para atendimento especializado no SUS, um dos principais gargalos do sistema público e um dos pontos centrais que levaram à queda de sua antecessora, Nísia Trindade.
Durante a gestão de Nísia, a demora na realização de consultas com especialistas e exames médicos foi alvo de críticas de parlamentares, governadores e prefeitos, que cobravam uma atuação mais ágil do ministério para resolver a questão. Na cerimônia de posse, no Palácio do Planalto, Padilha reconheceu que o problema se arrasta há anos, mas afirmou que o governo buscará soluções concretas para ampliar o acesso da população aos serviços de saúde.
"Todos os dias vou trabalhar para buscar o maior acesso e o menor tempo de espera para quem precisa de atendimento especializado no nosso país. Não há solução mágica para um gargalo que ultrapassa décadas e que se agravou com a pandemia e o descaso do governo anterior."
A longa espera para atendimentos especializados foi um dos principais desafios enfrentados por Nísia à frente da pasta e acabou sendo um dos argumentos usados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para justificar a mudança no comando do ministério. Lula vinha cobrando uma atuação mais política da ministra para responder às críticas do Congresso e lidar com as demandas de estados e municípios, algo que Padilha – com um perfil mais articulador – deve priorizar.
Para enfrentar o problema, Padilha anunciou que pretende revisar a tabela SUS, responsável pela remuneração dos serviços prestados pela rede privada e conveniada ao sistema público de saúde. A demora nos atendimentos se intensificou após a pandemia de Covid-19, sobrecarregando o sistema e deixando milhares de pacientes na fila para consultas, exames e cirurgias.