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Opinião - Movimento estudantil em Santa Quitéria; Partidarismo ou representação?

Opinião - Movimento estudantil em Santa Quitéria; Partidarismo ou representação?

27/04/2012 às 11h08 Atualizada em 27/04/2012 às 11h21
Por: Thiago Rodrigues
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Leitora do AVSQ, Germana Farias Aragão, professora, ambientalista e estudiosa dos problemas sociais, políticos e econômicos do município de Santa Quitéria, escreveu uma crônica demonstrando sua indignação com a forma, que vem sendo conduzido o processo de formação de entidades que visam a representação dos estudantes de Santa Quitéria. Vale a pena ver na íntegra:
Hoje, acordei tendo em meus pensamentos uma cena que presenciei repentinamente quarta (25/04/2012). Pela manhã no auditório do Clube de Dirigentes Lojistas, confesso que me causou tristeza e certo sentimento de revolta, pois, como pode meus caros, o partidarismo político se infiltrar em movimento estudantil?Fiz parte de movimento estudantil quando cursava ensino médio na Escola Estadual de Ensino Médio Aracy Magalhães Martins e também quando fazia curso superior no Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC, hoje FATEC. Na época a Escola Aracy funcionava no prédio da atual Escola Estadual de Educação Profissional Coronel Manuel Rufino Magalhães, escola esta que cedia algumas salas para que o Aracy pudesse funcionar. Lembro-me bem de um episódio em que recebemos o Secretario de Educação do Estado do Ceará e o Grêmio Estudantil do Aracy, do qual eu fazia parte, e me orgulho disso, mobilizou toda classe estudantil para reivindicar as instalações próprias e adequadas para Escola. Lembro-me que na ocasião o núcleo gestor da escola não era a favor desse movimento. Muito menos a diretora da CREDE, mas nós não nos intimidamos e mesmo dificultando nosso acesso ao Secretario de Educação do Estado conseguimos chegar até o mesmo e fazer nossas reivindicações, estou dando esse exemplo não para me vangloriar e nem com o intuito de fazer marketing pessoal, não é esse meu propósito, mas sim mostrar para os estudantes de hoje que não faz muito tempo que nós estudantes quiterienses (falo nós, pois me considero uma eterna estudante, mesmo já atuando no mercado de trabalho) não nos deixávamos manipular por nenhuma autoridade política, o movimento estudantil até onde tenho por entendimento tem que nascer de dentro para fora, isso é tem que partir da vontade, da busca incessante do estudante por uma sociedade justa, por um mundo melhor; Tem que partir da confiança que podemos mudar mesmo que todos falem que é apenas uma utopia juvenil e não da imposição, do querer de pessoas que visam interesses maquiavélicos em manipular jovens alienados para alcançar seus objetivos políticos.O verdadeiro movimento estudantil é aquele que revela grandes líderes fãs dos pensamentos marxistas e tendo como admiradores as figuras revolucionárias de Ernesto Che Guevara, de Martin Luter King, de Nelson Mandela, que estampam suas blusas, ou ainda são admiradores dos pensamentos de Bob Marley, do nosso Chico Buarque, Cazuza, Renato Russo, Raul Seixas e tantos outros cantores brasileiros, que em suas letras fazem críticas ao nosso sistema político, social e a uma democracia fragilizada que durante anos é instaurada no Brasil. Assim como outros cantores que aqui não citei o nome ou bandas de pop rock que hoje nem ouvidas são pela maioria de nossos jovens, que não conhecem os intelectuais, nem seus pensamentos relatados em suas músicas, pois o que vivemos hoje é uma alienação cultural com a inserção de músicas que trazem em suas letras vazias: pornografias (Que são promovidas pelos nossos gestores, administradores), pois agradam e alienam, promovendo uma juventude não questionadora e, é lógico, isso é tudo que os políticos que não tem compromisso com o social desejam, pois se torna mais prático de manipular, presenteando os jovens com festas, com bolas esportivas, ou bebedeiras.Deixo aqui meu apelo, como jovem, pois apesar dos meus trinta anos, e segundo a Demografia não me enquadrar mais nessa classificação, o jovem ideologicamente é aquele que consegue manter em seu espírito o desejo de mudança, então, nessa perspectiva, me considero jovem e recruto a todos, como eu, a não ficar de braços cruzados e tentar esclarecer aos nossos alunos a verdadeira essência do movimento estudantil. Que os jovens não sejam fantoches de pessoas sem escrúpulos. Lembrem-se o partidarismo político não pode fazer nascer o movimento estudantil, mas o movimento estudantil pode revelar líderes que podem mudar a realidade da política partidária com novos nomes, novas propostas e com idealismo.

Artigo da Professora Germana Farias Aragão
Arte/Imagem: Professor João Abílio 
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