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Nova espécie de cacto em extinção é encontrada por pesquisadores em Santa Quitéria

O nome Tacinga mirim faz referência às dimensões reduzidas da espécie em comparação à Tacinga palmadora

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
28/05/2025 às 23h46
Nova espécie de cacto em extinção é encontrada por pesquisadores em Santa Quitéria
Fotos: Marcelo Teles / Leonardo Jales

Pesquisadores do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) identificaram uma nova espécie de cacto, denominada Tacinga mirim, em áreas do município de Santa Quitéria. A espécie foi localizada inicialmente nas localidades de Piabas, Serra do Pajé e próximo ao Rio Jacurutu. Posteriormente, também foi registrada em Canindé, Catunda e Sobral.

Segundo o biólogo Marcelo Teles, professor do Campus Fortaleza do IFCE, a planta vinha sendo confundida com a espécie Tacinga palmadora, já conhecida pela comunidade científica. A diferenciação foi feita a partir da análise de características morfológicas, como a altura da planta, o tamanho e a forma dos segmentos do caule, a quantidade e o tamanho dos espinhos, além das dimensões, cores e quantidade de flores e frutos.

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Equipes foram a campo em dezembro de 2022, com a intenção de percorrer o interior do Ceará para levantar os locais que têm ocorrência de cacto e quais são seus tipos. Durante a expedição, foram encontradas oito tipos de populações de cactos. A partir desta descoberta, já foram publicados estudos e artigos científicos.

O nome Tacinga mirim faz referência às dimensões reduzidas da espécie em comparação à Tacinga palmadora. O termo "mirim", originado da língua nheengatu (tupi moderno), significa "pequeno", crescendo apenas 50 centímetros.

De acordo com os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a Tacinga mirim apresenta características que a colocam na categoria de espécies ameaçadas de extinção. Entre os fatores apontados estão o número reduzido de populações, a restrita área geográfica de ocorrência, a baixa contagem de indivíduos e a degradação do habitat natural, causada principalmente por desmatamento, agricultura e pecuária intensivas e processos de desertificação na região.

Quando uma planta como ela desaparece, os efeitos podem ser devastadores, desde a redução da oferta de alimento para polinizadores até o colapso de microclimas locais.