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Publicações nas redes e videochamadas durante atos levaram à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Segundo a decisão, Bolsonaro descumpriu medidas cautelares ao aparecer, mesmo que remotamente, em atos públicos realizados em diferentes capitais do país

Raflézia Sousa
Por: Raflézia Sousa Fonte: Portal GCMAIS
05/08/2025 às 07h30
Publicações nas redes e videochamadas durante atos levaram à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil/Arquivo

Postagens nas redes sociais e participações por videochamada durante manifestações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) influenciaram diretamente na decisão que levou à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi determinada na noite desta segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.

Segundo a decisão, Bolsonaro descumpriu medidas cautelares ao aparecer, mesmo que remotamente, em atos públicos realizados em diferentes capitais do país. Uma das principais evidências foi um vídeo publicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, em que Bolsonaro aparece discursando e usando tornozeleira eletrônica. A publicação foi posteriormente apagada.

“Boa tarde Copacabana, boa tarde meu Brasil, um abraço a todos. É pela nossa liberdade, estamos juntos. Obrigado a todos, é pela nossa liberdade, pelo nosso futuro, pelo nosso Brasil. Sempre estaremos juntos! Valeu!”, disse Bolsonaro no vídeo postado pelo filho, que foi incluído como prova no processo.

De acordo com o despacho de Moraes, a exclusão do vídeo por Flávio Bolsonaro evidencia a tentativa de esconder a violação das restrições impostas ao ex-presidente. “Foi noticiado que o Senador apagou a postagem em um claro intuito de omitir o descumprimento das medidas cautelares praticado por seu pai”, aponta a decisão de 25 páginas.

Além do Rio de Janeiro, Bolsonaro participou por videochamada de manifestações em Fortaleza, Belo Horizonte e Salvador. Na capital cearense, o deputado federal André Fernandes (PL) mostrou a imagem do ex-presidente ao público reunido na Praça Portugal. A multidão permaneceu em silêncio durante a transmissão.

Já na Avenida Paulista, em São Paulo, o deputado federal Nikolas Ferreira afirmou que “Bolsonaro não pode falar, mas pode ver”, enquanto exibia o rosto do ex-presidente ao público. “É sua forma, mesmo estando preso dentro de casa”, completou, em tom de desafio ao STF.

As participações remotas de Bolsonaro em atos que atacavam diretamente a Corte foram consideradas afronta às determinações judiciais e fundamentaram o pedido de prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, que permanece em vigor.