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O futuro do bolsonarismo no Ceará, pós-visita de Michelle e Bolsonaro

Confira a coluna do jornalista Reginaldo Silva

01/10/2023 às 16h00
Por: Reginaldo Silva
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A estratégia de Bolsonaro (PL) para 2024 ficou clara na sua passagem pelo Ceará. O foco é manter viva a chama do bolsonarismo raiz, liderado pela ala da família. A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro comanda a ala feminina e o ex-presidente turbina as lideranças do chamado núcleo duro da sigla.

Bolsonaro já enxergou que a outra ala bolsonarista, ligada ao centrão, estão mais preocupados com o poder de plantão do que com as pautas ideológicas sustentadas pelo clã Bolsonaro que ascendeu uma nova direita no país.

O ex-presidente também enxerga em André Fernandes e Carmelo Neto no estado, a possibilidade de manter essa chama viva do bolsonarismo raiz. Já a ala mais moderada comandada pelo prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, já não demonstra mais o mesmo ânimo, que teve na eleição do ano passado, e ensaia uma direita mais moderada, puxando para o centro e quiçá com uma queda para o centro esquerda. São coisas da política.

André Fernandes e Carmelo Neto estão corretos, mantém a mesma linha ideológica e asseguram uma fatia do eleitorado conservador que, certamente, ficará com uma futura candidatura do grupo que segue incondicionalmente a liderança de Bolsonaro.

Caso se confirme a candidatura de André Fernandes à prefeitura de Fortaleza ou de Carmelo Neto, ou até mesmo de ambos, em uma dobradinha, o partido finca a bandeira na trincheira do bolsonarismo raiz e também racha em Fortaleza a direita que marchou unida com Capitão Wagner para o governo do estado na eleição de 2022.

Bolsonaro foca nas capitais do país. Fortaleza é um importante centro irradiador da região Nordeste, área de predomínio do PT e de Lula, portanto, terá atenção especial do clã Bolsonaro para não perder a base ideológica da política conservadora de direita nessa região do Brasil.

A estratégia adotada em Fortaleza, servirá de norte para o restante do país. Bolsonaro vai rodar o Brasil com Michelle ao lado, um ancorado no outro para fortalecer o PL da família e não o do centrão. Michelle ameniza a imagem negativa de Bolsonaro e o ex-presidente fortalece o bolsonarismo identitário, um casamento perfeito para se manter vivo na política diante da artilharia da Justiça.

Com a aliança da esquerda dividida entre PT e PDT, além das indefinições que giram em torno do nome do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão e, agora, também com uma direita propensa a divisão, o quadro sucessório em Fortaleza torna-se cada vez mais indefinido.

Bolsonaro e Michele deram o tom do que esperam para 2024: muitas candidaturas femininas, com o fortalecimento das pautas conservadoras, com críticas ao STF e ao governo Lula e aliados do presidente. A estratégia segue a mesma linha da primeira eleição de Bolsonaro, agora repaginada na versão feminina de Michelle, mas, o foco principal é manter viva a chama do bolsonarismo acesa.

Reginaldo Silva
Sobre o blog/coluna
Reginaldo Silva é professor, radialista e jornalista.
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