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Ciro Gomes, os “descartáveis” e o foco na pauta regional

Confira a coluna do jornalista Reginaldo Silva

14/11/2023 às 07h17
Por: Reginaldo Silva
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Ciro está cada vez mais centrado na pauta regional. O debate nacional tem ficado em segundo plano. O PDT Ceará, as declarações contra o irmão Cid Gomes e a reeleição do prefeito de Fortaleza, José Sarto, tem dominado a pauta regional do ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes.

A decisão de manter um palanque puro na eleição de 2022 para governador do Ceará foi um ponto chave da ruptura da aliança do PDT com o PT no estado. Ciro se sentia mal em responder a uma questão específica para a grande imprensa como candidato à presidência da República. Por que o senhor bate tanto no PT e mantém em seu estado, onde é a maior referência política, uma aliança de décadas com o partido do presidente Lula? Essa pergunta era recorrente na campanha eleitoral para presidente.

Esse ponto específico incomodava Ciro. Maculava a imagem de um candidato que se apresentava sem amarras. Era preciso romper esse discurso, para surfar na onda,“nem Lula, nem Bolsonaro”. O rompimento com o PT veio no Ceará e, com ele, um péssimo desempenho nas urnas, a intriga familiar e um racha interminável na sigla pedetista no estado.

Na última sexta-feira, Ciro Gomes voltou ao velho estilo. Questionado sobre a debandada de prefeitos do PDT no Ceará, que o irmão poderia tirar da legenda, ele não hesitou: “que ele leve os descartáveis para onde ele quiser ir com muito boa sorte”, disse Ciro.

O racha no PDT Ceará coloca os irmãos Ciro e Cid no centro do debate e da luta pelo comando da política no estado. A pauta regional sempre foi comandada por Cid, que é um especialista no terreno da polítca cearense.

Ciro, por sua vez, segue fazendo críticas pontuais ao governo Lula em sua newsletter semanal e em suas lives nas redes sociais. Enquanto Ciro aponta defeitos do governo petista, o seu partido comanda o ministério da Previdência, com o presidente nacional da legenda licenciado, Carlos Lupi, como titular da pasta.

O PDT nacional sonha com uma candidatura de Ciro a deputado federal para que possa puxar uma bancada de parlamentares para o partido, por outro lado, Ciro não demonstra interesse em voltar às urnas, já declarou algumas vezes, que espera não precisar mais submeter suas opiniões ao crivo eleitoral de ninguém.

No Ceará, o PDT caminha para ter uma grande baixa e Ciro terá a missão de reeleger José Sarto em Fortaleza, ao lado de Roberto Cláudio e André Figueiredo. É uma espécie de vale tudo para Ciro e seu grupo político em 2024, ou vencem as eleições ou também correm o risco de virarem “descartáveis”.

Reginaldo Silva
Sobre o blog/coluna
Reginaldo Silva é professor, radialista e jornalista.
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