Bolsonaro acerta em entregar o PL ao bolsonarismo raiz no estado. O ex-presidente Jair Bolsonaro todas às vezes em que aterrizou em solo cearense, lá estavam André Fernandes e Carmelo Neto na linha de frente para acompanhá-lo. Na última visita de Bolsonaro ao estado por ocasião do evento do PL Mulher também não foi diferente.
Bolsonaro tiou 25,38% dos votos no primeiro turno das eleições presidenecias no Ceará, ficando atrás de Luiz Inácio Lula da Silva e empurrando Ciro Gomes para terceira colocação em seu próprio estado. Essa votação subiu para 30% no segundo turno. Bolsonaro credencia o resultado no estado ao bolsonarismo raiz que foi para linha de frente.
André Fernandes tornou-se símbolo dessa fidelidade ideológica e ganhou a confiança de Bolsonaro e, por tabela, de Valdemar Costa Neto, presidente da legenda. Valdemar tem ciência da importância de um bom fundo partidário, daí, defende com unhas e dentes a bandeira de oposição ao governo Lula e engole certos posicionamentos partidários de Bolsonaro.
No Ceará, após as eleições para presidente, os olhos imediatamente se voltaram para o pleito futuro. André Fernandes fez críticas ao posicionamento de Capitão Wagner em relação a sua postura na eleição de 2022, chegando a declarar que alguns eleitorores da direita, o consideravam “traíra”, antiarmamentista e que fazia um populismo distante da ideologia de direita.
André já se colocava na condição de pré-candidato à prefeitura de Fortaleza. Essa ideia foi reforçada quando em junho deste ano, assumiu a Comissão Provisória do PL da capital, após a cassação de quatro deputados do partido pelo TRE-CE, destituindo a vereadora Ana do Aracapé da presidência e a deputada estadual Marta Gonçalves da vice-presidência, confrontando a ala pragmática do PL de Acilon Gonçalves.
No último dia 21 de novembro o presidente estadual da sigla no Ceará, Acilon Gonçalves renunciou a presidência da legenda, o deputado estadual Carmelo Neto assumiu o comado da agremiação no estado.
O PL do Ceará foi entregue ao bolsonarismo raiz de Jair Bolsonaro. O partido aposta na fidelidade ideológica das pautas conservadoras e identitárias para manter o mesmo percentual de votação na capital e levar o candidado da sigla a um eventual segundo turno. Em uma eleição que promete ter várias candidaturas competitivas quem bater acima dos 20% pode sonhar com um segundo turno.
O PL vai além, espera manter a mesma polarização viva da eleição passada entre esquerda e direita. O futuro do bolsonarismo no Ceará ainda é incerto, o resultado dessa eleição vai dizer muita coisa, mas, em ponto eles estão certos, partem do princípio da fidelidade ao chefe que os projetou.