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André e Evandro, entre o bolsonarismo e a revolta contra o sistema

Confira a coluna do jornalista Reginaldo Silva

14/10/2024 às 07h53
Por: Reginaldo Silva
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Reprodução
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Nunca se vence uma guerra lutando sozinho, diz Raul Seixas na música “Por quem os Sinos Dobram”. Uma alusão ao poema de John Donne e a obra de Hemingway. Os sinos irão dobrar no próximo dia 27 de outubro e um grupo político sairá muito fortalecido dessa batalha eleitoral. As primeiras pesquisas apontam um empate técnico entre André Fernandes e Evandro Leitão.

A convocação para o embate político é geral. Até as torcidas de Ceará e Fortaleza são convocadas por ambas as campanhas a entrarem nessa guerra de trincheiras.

As pesquisas eleitorais, ainda no primeiro turno, apontavam o tamanho dos padrinhos políticos envolvidos nessa guerra eleitoral entre PT e PL, na capital cearense. O ministro da Educação Camilo Santana, o presidente Lula e o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio foram reconhecidos como os mais influentes.

Evandro é uma aposta de Camilo que desbancou Luizianne Lins na briga interna do partido. A própria Luizianne percebendo o tamanho da batalha que vem pela frente já se posicionou favorável a candidatura de Evandro neste segundo turno. O ato foi confirmado no comício da praça do Ferreira com a presença do presidente Lula que convocou a militância para manter a unidade do bloco petista.

Essa unidade saiu meio arranhada do embate eleitoral nos demais municípios cearenses, por falta de acordos entre petistas e aliados, cada um puxando brasa para sua sardinha. O bloco governista perdeu dois importantes centros de comando no interior, Sobral e Juazeiro do Norte. Ganhar a capital cearense é sinônimo de sobrevivência para eleição do Governo do Estado em 2026.

Por outro lado, André Fernandes ganhou o apoio do ex-prefeito Roberto Cláudio que junto com uma base significativa do PDT, debandou para direita. Capitão Wagner por afinidade de ideias, mesmo confrontando André Fernandes no primeiro turno, seguiu o mesmo caminho. Sarto adotou uma linha de neutralidade, alegando, “soberania nociva” de um lado e “incerteza” de outro.

Assim, sobraram queixas para todos os lados e, como diria Raul na mesma música, “é sempre mais fácil achar que a culpa é do outro”.

Diante desse cenário político na capital cearense, observando o comportamento e falas das principais lideranças do estado, um lado vai atacar com força o bolsonarismo e o outro vai manifestar toda a revolta contra o sistema.

O resultado da eleição dependerá de como o eleitor vai receber ambas as informações. Se essa revolta contra a hegemonia política do sistema do PT vai sair do campo de batalha das lideranças e vai ganhar às ruas, ou se esse sentimento contra o bolsonarismo vai emergir com a mesma força das eleições de 2022, agora em 2024. Aquele que se comunicar melhor com a população, vence a eleição.

Mais que uma eleição municipal, o resultado desse pleito em Fortaleza, terá grande influência no cenário político do estado em 2026, tanto para direita, quanto para esquerda.

Reginaldo Silva
Sobre o blog/coluna
Reginaldo Silva é professor, radialista e jornalista.
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