A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos fez brilhar os olhos da direita no Brasil. A esquerda tenta minimizar o fato. Todavia, o cenário político de hoje no país é completamente diferente de 2018 e de 2022.
Em 2018, quando Bolsonaro chegou à presidência da República, Lula estava preso, o centro dominado pelo campo da incerteza e Jair encontra o cenário perfeito para se apresentar como o verdadeiro Messias. Em 2022, Lula estava solto, Bolsonaro já tinha sido testado na pandemia e o petista encontra o cenário perfeito para voltar à presidência da República.
Percebam que nenhum fator americano foi preponderante para a eleição de um ou de outro nas eleições de 2018 e 2022. O apoio político da maior potência econômica do mundo é relevante, porém, não é decisivo em uma eleição presidencial, existe uma série de acontecimentos e combinações que determinam um pleito.
Em 2026, teremos um novo cenário político partidário. A direita tentando ampliar a maioria do Senado Federal, com o objetivo de barrar a indicação de ministros ao Supremo e até pedir o impeachment de outros. Bolsonaro e aliados entenderam como funciona querer jogar fora das quatro linhas, por essa razão agora estão redirecionando as estratégias.
Dentro deste cenário político, a esquerda tenta compreender a lição das urnas das eleições municipais de 2024, procurando soluções para evitar o avanço da direita no Senado e segurar a presidência da República, ainda com Lula como alternativa.
Nessa perspectiva, o cenário vai mudando tanto para direita quanto para esquerda e ambos precisam traçar novas estratégias. Recordo-me aqui da lição da mosca que cai no copo de leite e depois no copo de água. Nem sempre a mesma estratégia funciona. Ao espernear no copo de leite ela encontra a nata da superfície e consegue sair do ambiente, mas, não terá a mesma sorte se usar a mesma estratégia no copo de água.
Bolsonaro, no momento inelegível, começa a esboçar uma nova estratégia, dominar o Senado Federal. Quer colocar a mulher, os filhos e uma tropa de amigos como senadores para atender seus caprichos.
Já Lula, vive o dilema da renovação, tentando decolar o novo governo ancorado nas políticas públicas de seu primeiro mandato. O momento também é outro e requer novas estratégias.
No Ceará, depois de uma eleição muito acirrada no campo político e ideológico na capital cearense, direita e esquerda tentam montar suas estratégias para o cenário de 2026. O deputado federal André Fernandes, está fora do páreo da disputa pelo Senado por conta da idade. Eduardo Girão, Capitão Wagner e Roberto Cláudio seriam alternativas para disputar as duas vagas, cenário ainda indefinido que requer muito diálogo pela frente.
No campo progressista, o senador Cid Gomes tem o direito a reeleição, Guimarães surge como opção petista, Chiquinho Feitosa também já manifestou o interesse em concorrer, além de outros nomes que ainda possam surgir.
Em 2026, serão 54 vagas na disputa para o Senado Federal, dentre elas, duas do Ceará, único estado da federação, que tem o Prefeito da Capital, o Governo do Estado e o presidente da República do mesmo partido. Dentro deste contexto político, o Ceará passa a ser um símbolo estratégico e uma referência para região Nordeste e para o país.
Assim, o Senado Federal poderá se transformar em 2026 na maior trincheira de defesa da democracia do país. Direita e esquerda se esforçam para formar maioria ou manter o equilíbrio de forças, evitando a supremacia de um bloco, daí a importância de escolher nomes alinhados política e ideologicamente com as bandeiras as quais defendem.