Não serei personalista. Permitam-me analisar os fatos da filiação de deputados estaduais que marcam a migração de parlamentares do PDT para o PSB , no Ceará. O evento trata-se de um capítulo crucial da reconfiguração política do estado, revelando divergências estratégicas e prioridades distintas entre os principais grupos que compõem a base aliada do governador Elmano de Freitas.

Na fala de Elmano, antes e depois do evento fica claro seu posicionamento de empurrar as discussões eleitorais para 2026, tentando garantir estabilidade para governar. O PSB, sob a liderança do senador Cid Gomes, acelera o processo de fortalecimento da sigla, anunciando nomes e montagem de chapas proporcionais com vistas ao próximo pleito.

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Não resta dúvidas de que essa movimentação revela um embate silencioso entre as estratégias de curto e médio prazo, já que a eleição acontece no próximo ano.

O presidente estadual do PSB, Eudoro Santana, tem sido enfático em defender a reeleição de Elmano e de Cid Gomes. Destacando a união em defesa de um projeto nacional encabeçado por Lula e aqui no Ceará sob a liderança do governador Elmano.

O senador Cid Gomes deixou claro que não tem projeto pessoal, pode não ser candidato a reeleição, pode apoiar um nome da legenda ou pode ser candidato a deputado federal. O Senador tem reiterado que seu foco é estruturar o PSB no Ceará, atrair novos quadros e apresentar alternativas políticas. Um posicionamento que pode ter várias leituras: uma tentativa de ganhar tempo, uma estratégia para não antecipar embates internos ou, de fato, um movimento para abrir espaço a novas lideranças.

Elmano, por sua vez, parece ciente de que qualquer fissura na base pode favorecer adversários. A ascensão da direita no cenário nacional, com lideranças expressivas e capacidade de articulação, preocupa o governador, que deseja manter o foco na gestão sem abrir flancos para ataques prematuros.

No momento político do Ceará, somente duas lideranças correm para fortalecer suas bases partidárias. Cid Gomes articulando nomes para montagem de chapas proporcionais no PSB e José Guimarães, ao lado do presidente do PT, Antonio Filho, o Conin, os quais lideram um movimento de consolidação petista, mas sem muita adesão de outras grandes figuras da legenda.

A relação entre PT e PSB, a princípio harmoniosa, pode enfrentar ruídos se os interesses das duas siglas não forem devidamente alinhados.

Neste cenário também não se pode perder de vista outras agremiações de peso no contexto político da base governista: MDB, PSD, Republicanos e PP. Assim, as legendas desse bloco exigem ajustes finos e concessões. O tabuleiro está sendo montado, mas as jogadas decisivas ainda estão por vir. Tudo parece muito bom, mas é preciso saber o que Camilo está pensando.