O acirramento político-ideológico entre direita e esquerda no Brasil, em um cenário que promete influenciar diretamente as escolhas de candidaturas para o próximo ano, sobretudo para o Congresso Nacional.
A disputa nacional se intensifica com a luta da direita pela aprovação de uma anistia ampla e geral aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e pelo afastamento de ministros do STF, medidas que encontram resistência total da esquerda, contrária às pautas defendidas pela ala bolsonarista. Nesse embate, a “lealdade” surge como pilar central na definição de nomes que representarão cada projeto político nas duas Casas Legislativas em 2026.
No Ceará, o governador Elmano de Freitas (PT) articula para fortalecer a esquerda e consolidar sua reeleição, enquanto o deputado estadual André Fernandes (PL; impossibilitado de disputar o Governo do Estado ou o Senado por conta da idade, deve comandar o bloco da direita, alinhado às bandeiras do bolsonarismo no estado.
Duas figuras de grande projeção nacional também entram no radar dessa disputa: Ciro Gomes (PSDB) e Camilo Santana (PT).
Ciro, impulsionado pelo ex-senador Tasso Jereissati, tenta viabilizar uma pré-candidatura ao Palácio da Abolição. No entanto, para firmar uma eventual aliança com a direita de André Fernandes, teria de rever seu histórico de críticas a Bolsonaro, o que poderia lhe custar coerência no discurso, mas garantir apoio político estratégico.
Já o ministro da Educação, Camilo Santana, tem consciência de que uma derrota do PT no Ceará impactaria diretamente suas projeções políticas futuras. Com o campo de centro ocupado por novas lideranças nacionais como: Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior, Eduardo Leite, Ronaldo Caiado e Romeu Zema, Camilo vê na esquerda um espaço mais amplo, mas que depende de união interna e alinhamento de forças, começando pelo seu estado.
Assim, diante de um cenário fechado com cobranças de “lealdade” de ambas as correntes políticas, esse valor pode ser fator decisivo para definir quais nomes terão espaço e respaldo, tanto na direita quanto na esquerda, em um Ceará que será palco de embates políticos estratégicos para o futuro do país.