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Senador Eduardo Girão prepara lançamento de pré-candidatura ao Governo do Ceará. Movimento segue a lógica nacional

Confira a coluna do jornalista Reginaldo Silva

Reginaldo Silva
Por: Reginaldo Silva
19/11/2025 às 00h28
Senador Eduardo Girão prepara lançamento de pré-candidatura ao Governo do Ceará. Movimento segue a lógica nacional
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Um novo e importante capítulo da disputa interna na oposição cearense: o senador Eduardo Girão decidiu lançar sua pré-candidatura ao Palácio da Abolição no próximo dia 30 de novembro, em Fortaleza.

A iniciativa não é apenas uma reação pessoal de Girão à entrada de Ciro Gomes na corrida eleitoral. O movimento faz parte de uma estratégia mais ampla, integrada ao ambiente político nacional, especialmente ao que ele chama de “bolsonarismo raiz”.

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Assim como Girão no Ceará, Flávio Bolsonaro se articula nos bastidores para lançar sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026. O gesto tem o apoio direto do irmão, Eduardo Bolsonaro, que já manifestou disposição de enfrentar Tarcísio de Freitas caso o governador de São Paulo tente herdar o espaço eleitoral da família.

O objetivo é claro: barrar um movimento que anseia uma candidatura presidencial de direita que conte com o apoio de bolsonarismo, mas sem a presença de Bolsonaro no centro do debate. Nesse cenário, Flávio Bolsonaro quer defender o espólio político da família e o capital eleitoral construído por seu pai, sem “entregar de bandeja” ao Centrão a liderança do núcleo familiar.

Esse movimento que se observa tanto no Ceará quanto no plano nacional se sustenta em dois pilares: evitar que o patrimônio político do bolsonarismo seja apropriado pelo Centrão, retirando o controle da narrativa das mãos da família Bolsonaro; Vencer e não levar; expressão usada por aliados para definir o temor de que, ainda que um candidato apoiado pela direita vença, não governe com a pauta e os valores do bolsonarismo.

Dentro dessa lógica, Eduardo Girão não aceita a pré-candidatura de Ciro Gomes, que tenta se reposicionar no tabuleiro político estadual. Girão avalia que, caso não se movimente agora, o Ceará corre o risco de ver o bolsonarismo ser absorvido por arranjos partidários que neutralizem sua força.

Por isso, o senador prepara seu ato político para o dia 30, apresentando-se como o verdadeiro representante do conservadorismo cearense e buscando evitar que o espaço seja ocupado por atores que ele considera “alheios ao bolsonarismo autêntico”.

A movimentação simultânea de Flávio, Eduardo e Girão evidencia que o bolsonarismo está se reorganizando para impedir que outros grupos tomem a dianteira; seja no âmbito nacional ou nas eleições estaduais.

O jogo começou mais cedo do que muitos imaginavam, e Girão já se posiciona para ser o nome que manterá viva a chama do bolsonarismo raiz no Ceará.